Todas as canções que eu puder compor

Eis abaixo um poema de um grande amigo meu que será publicado pela Câmara brasileira em janeiro de 2009. Espero que gostem!
João Paulo Bueno
Todas as horas que o relógio pode me dar
São tuas, até o dia acabar.
Todos os sonhos que eu puder sonhar
São teus, enquanto a noite durar.
Todas as folhas que o vento consiga trazer
São lembranças pra não te esquecer
Todos romances que a vida puder escrever
São nossos, enquanto o poeta viver
Por que assim eu posso ser feliz
Por que assim você vive dentro de mim
Todas as rosas que eu puder roubar
São tuas, até o inverno chegar.
Todos os beijos que eu puder beijar
São teus até o amor acabar
Todos os medos acabam por partir
Quando eu vejo, teus lábios a sorrir
Todas as canções que eu puder compor
São tuas enquanto houver amor
O vôo do colibri

Bonjour à tous...
Posto agora um poema que, num momento de inspiração e labuta, eu e meu parceiro literário, Luís, escrevemos...
Trata-se de um tema atual, a liberdade sexual feminina, espero que gostem. Como sempre, os comentários são bem-vindos! Um abraço a todos aqueles que lêem meus textos e que me apoiam! ;)
Marco Hruschka
Luigi Ricciardi
Desolada e infeliz com minha vida,
Coloco-me debaixo da água fria
A crer que nada mais me restaria,
Pois em um ano nunca fora ouvida...
Saio do banho toda esbaforida
Despejando arsenal de versaria
E no ápice total de alarvaria
Vejo-me no espelho refletida...
Noto agora a beleza desta imagem
A rorejar aljôfar prateado,
Sinto o meu coração descompassado
Pulsando a despertar alma selvagem...
Tez eriçada, rosto sem maquiagem,
Ventre livre e o corpo embriagado.
Doces curvas, regaço perfumado,
Pura tentação à libertinagem...
Num consciente ímpeto de loucura,
Atiro-me ao espelho e sugo-me a alma.
Dos conceitos me dispo por m’nha palma,
Convido-me a gozar desta pintura...
Com minha amante faço uma aventura:
Toque, prazer, deleite que me ensalma,
Satisfação perfeita que me acalma,
Com meu novo amor sinto-me segura...
Pedro Páramo - Juan Rulfo
“Aquilo está sobre as brasas da terra, na própria boca do inferno. E posso até lhe dizer que muitos dos que morrem por lá, ao chegarem ao inferno, voltam pra buscar o cobertor.”
“Senhor, você não existe! Eu pedi a você proteção para ele. Que cuidasse dele pra mim. Isso eu pedi a você. Mas você só se ocupa com as almas. E o que eu quero dele é o corpo. Nu e quente de amor, fervendo de desejo, esmagando o tremor dos meus seios e dos meus braços. Meu corpo transparente pendurado no seu. Meu corpo leve, seguro e solto por suas forças. O que é que vou fazer agora com os meus lábios sem a sua boca para enchê-los? O que é que vou fazer dos meus lábios doloridos?”
“Seus lábios estavam molhados, como se o orvalho tivesse beijado”.

- Marco Hruschka
- Maringá, Paraná, Brazil
- Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.

No que você está pensando?

Tentação