segunda-feira, 1 de junho de 2009

Fantoches


Não posso mais olhar para aquela dama,
Cada vida é por si só aquela ilha inabitada que já diziam,
Se penso em um futuro ao seu lado, engano-me,
Peço-me perdão por mentir a mim mesmo,
A inocência me domina às vezes,
Almejo uma união, ser apenas um com ela,
Mas, na impossibilidade natural das coisas,
Devo me arrepender e voltar à realidade,
Doída, impiedosa, um vírus que se alastra
Pelos tecidos nos infectando mais e mais,
Preciso de uma injeção de sonho, 
Quem sabe eu possa sorrir sem medo,
Sem o carma de ter que viver o que deveras é,
Mas... será que isso que chamamos de real
Existe de verdade, será que não somos pura metafísica?
Fantoches de um ser maior que brinca de manipular-nos?
Cobaias de um experimento não perfeitamente sucedido?
Não precisaria ser dito, pois é claro que somos um robô defeituoso,
Portador de uma bateria chamada coração,
Abastecida pela energia que vem do amor,
E quando a fonte seca, essa peça se desregula, 
Desprevenida, o resto da sucata se confunde,
E, não sabendo o que fazer, como lidar sem o néctar,
Agoniza pela eternidade de seus dias, 
Nessa abominável invenção que é a vida.

Marco Hruschka

3 comentários:

Élina disse...

"Não posso mais olhar para aquela dama"
Já ouvi isso em outras palavras..

é lindo esse poema..
mais uma vez: Parabéns.. e nunca pare de escrever, Marco.. é a coisa mais maravilhosa que vc faz (isso não quer dizer que vc seja inútil para as outras coisas, mas é o q faz com excelencia, com mais perfeição!)

beeeijo

Ro Primo disse...

Angustia,dor,desilusão...
Muito dolorido e belo.
Parabéns...

será isso o amor verdadeiro?

Fábio Teles disse...

Muito bom,e como disse a amiga...."DOLORIDO E BELO"

Parabéns meu primo, está cada vez melhor!!!

Abraço.

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Quem sou eu?

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Maringá, Paraná, Brazil
Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.

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