A Dama de Preto
Como o tempo passa rápido, meu amor. Estamos completando um ano juntos, mesmo sabendo que tu sempre estiveste me esperando, lamento não ter olhado com os olhos límpidos pra ti antes. Parece que foi ontem que beijei teus lábios esvaecidos, pela primeira vez. Será que não foi ontem mesmo que nos debruçamos sobre a relva e gozamos de um silêncio que tu nos proporcionaste?! Ah, quanta tranqüilidade na alma... estar na tua presença é um prazer indescritível, contigo faltam-me as palavras!
Lembro-me bem do nosso primeiro encontro, quando estava sentado no alto de uma montanha, lendo um livro que falava da tua beleza, e percebi que tu começavas a te aproximar, caráter altivo, misterioso... dominando-me na tua amplitude de sombras...
Esperei que tu chegasses até mim completamente e me envolvesse com teu manto de névoa, abraço lúgubre deleitoso... toque gélido escaldante...
Foi no inverno que nos enamoramos por quase doze horas ininterruptas... tu me envolveste com teu véu em aura e não deixou que eu sentisse frio, passei o tempo todo olhando para ti, admirando a tua infinita beleza, algo muito além da minha compreensão.
Há quem queira difamar a tua imagem perante o mundo, mas não temo as histórias que contam sobre ti, não temo as vozes que ouço quando estou contigo, não temo sequer as imagens que você me mostra, não a temo, temo perdê-la, mesmo sabendo que isso é impossível, pois posso achá-la em qualquer lugar...
Meu corpo é um mar de sentimentos quando o crepúsculo se aproxima, excito-me, definho-me... saúdo-te, despeço-me... é o fado de minha vida, carregá-lo-ei com beneplácito.
Será que na outra vida poderemos passar todas as nossas horas juntos? É um preço que estou disposto a pagar para tê-la ao meu lado por todo o sempre...
Sinto o vento da despedida tocar minha face...
Hoje você me surpreendeu, por fim, deixou-me o orvalho da manhã como beijo...
Ah! Já expiro de saudades... não suportarei esperar o turno de mais um dia para vê-la, oh, doce e bela Noite, dona dos meus sonhos diurnos, encontro-te em ti mesma...
Adeus...
Marco Hruschka no Facebook
Quem sou eu?
- Marco Hruschka
- Maringá, Paraná, Brazil
- Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.
1 comentários:
Meu amigo, parbéns esse conto esta ótimo, vc está escrevendo cada vez melhor, mais uma vez parabéns!!