sexta-feira, 24 de junho de 2011
Fêmea
Meus lábios são carne em movimento
Vontade incontida, sangue espesso e latejante
Pulsante, mulher desinibida, fôlego e alento
Gotejar, vibrar, sou tango, sou dançante
No limiar da noite, sou trêmula e amante
Sou lágrima de delícia enquanto beijo e acalento
Cada doce segundo que passa, cada sonho incitante
Teu corpo, tua nuca, teu arrepio, te intento
Um cio, porque sou animal, por um momento
E se me solto e me entrego, é porque sou tua doravante
De um jeito que nunca fui de ninguém, amém, sacramento
Quero morrer em fusão com teu corpo abundante
Me espalho nos lençóis e te recebo coadjuvante
Cantarolante de paixão, ritual de melodia, eu sou relento
E num toque lento e sucessivo tudo se transforma, atuante,
Assonante vou e volto até os nervos se contraírem, mar sedento
Já não aguento, vou derretendo, sorrindo, amando, querendo
De novo e novamente, ininterruptamente apaixonante, sangrante,
Delirante, e vou me acabando, me dissolvendo, vertendo
E emanando cachoeira de mim-mulher, amor inebriante
Marco Hruschka
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Marco Hruschka no Facebook
Quem sou eu?
- Marco Hruschka
- Maringá, Paraná, Brazil
- Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.
Lançamento
"A vida é um compromisso inadiável" M. H.
"A cumplicidade é um roçar de pés sob os lençóis da paixão." M.H.
Meu livro de poemas
Total de visualizações de página
Seguidores
Contato:
marcohruschka@hotmail.com
Falando nele...
Tecnologia do Blogger.
8 comentários:
Uma mulher seduzida e entregue a sensualidade e ao amor.
Linda poesia! Sensual no ponto.
Abraços e bom fim de semana.
Obrigado, Marly. Você foi a primeira a ler a poesia e tão rapidamente comentá-la! ;)
Seu poema mostra um mulher “real”, de carne, sangue e agua - oceano, cachoeira. Isso por si so da o tom do peoma. Essa mulher eh vida, dinamicidade, sexualidade; ela eh sede e sedenta de amor. Seu desejo esta no corpo - carne , sangue, nervos – e o encontro de outro corpo eh um sagrado de unificacao, transcendentalizacao. Ela “morre” no ato de fazer amor. E o amor se renova! E a criacao desse amor eh arte!
Oi Iris, que bom te ver por aqui. Teu comentário é muito bonito. Fico feliz que vc conseguiu sentir meu poema. Vc é sempre bem-vinda. Tenha certeza de que a tua presença no meu blog só tem a me engrandecer. Beijos!!! (ah, aqui no Brasil é muito comum se despedir dessa forma, hehe).
Marco, é admirável o dom que tens para olhar o mundo e transpor este em versos. Aqui, a mulher - este ser perfeito - ganha toques simbolistas, belos que só a enaltecem e com uma sensualidade fantástica a lá as pinturas de Robert Saunders e Degas. Parabéns poeta, enorme abraço e obrigado pelo convite para ler mais este grande trabalho seu.
Olá meu caro amigo e poeta Ricardo. Obrigado pelas palavras que só enaltecem este espaço. Grato pela visita. Volte sempre!
Há muito tempo não lia algo tão sedutor, a ponto de confundir-me como leitora ou personagem. Sua poesia é envolvente e mais que ler, nos permite sentir. Parabéns!
Que texto, heim Marco?! De tirar o fôlego! Parabéns!