Vers Dieu
No levíssimo estar de alma,
Toda contorcida pelo espasmo cor de sonho,
Ela, riacho, pêndulo, mistério, miragem, desejo,
Se despede de si por um instante atemporal,
Momento este em que o ar é poesia,
Em sua mente, o nada em déjà-vu, pois já flutua
Um vazio suavemente carregado de futuro,
Sobe, se emana, se aflora, se espera,
As estrelas e seus astros observam-na passar levíssima
Os lábios exclamando o deleite subjetivo
E o respectivo corpo se retransfigurando
Em sua androgeneidade personal, mulher-anjo,
Respectivamente simples como as trevas e a luz;
E se Deus existe, estica a mão para reconhecê-la
E ao tocar-lhe a pele, ela já-se-é novamente,
E regride transgredindo...
Agora em seu leito de início, abre os olhos,
Seu gêmeo a sorrir-lhe, também voluptuoso,
Aguardando o seu completo retorno
Desta viagem brevemente eterna em direção a Deus.
Foto: Imagem de Lúcifer na catedral Saint-Paul de Liège, Bélgica.
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Quem sou eu?
- Marco Hruschka
- Maringá, Paraná, Brazil
- Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.
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3 comentários:
Meus Parabéns!
O poema é muito bom. Realmente, esse acontecimento, o gozo feminino, tem uma mistura tão grande de divino, deleite e infernal que o homem tem que ficar de lado, não deve tocar, e sim contemplar toda a beleza do gesto!
Olha, que poema profano! que poema bom, bonito. Quem escreveu sabe bem do que está falando. A adjetivação, a fluidez, a experiência do gozo... tudo de muito bom gosto. E é tão difícil evitar todo o traço de vulgaridade. Não para você. Então: Parabéns. Eu já tinha lido, mas hoje vim escrever.
Belíssimo! Uma mistura de alma profana vestida de anjo... Minha nossa! Esplêndido!