quarta-feira, 23 de março de 2016

Terrorismo


quarta-feira, 9 de março de 2016

Submersão

Submersão
 
O teu beijo é uma âncora
Que me afunda nos teus lábios,
Amálgama de carne sedenta,
Cobiçoso desejo de amar.

O teu beijo, mais que um instante,
Prisão ansiada de libido constante,
É a moradia do pecado, um fado
Que carrego sem pestanejar.

O teu beijo, destino, carma e sorte,
Me envereda pelos descaminhos
Do teu corpo, uma bússula sem norte,
Fatal profundeza do mar.

O teu beijo, no qual padeço sem repousar,
Nutre os meus mais copiosos anseios
Num banquete repleto de enleios,
Caminho inseguro que almejo explorar.


Marco Hruschka

O encontro com Miguel Sanches Neto

Em junho de 2015, eu participei do CIEL - Congresso Internacional de Estudos em Linguagem, realizado em Ponta Grossa. Na ocasião, eu apresentei um trabalho falando sobre dialogismo e polifonia na obra O castelo nos Pirineus de Jostein Gaarder. No mesmo evento, tive o prazer de encontrar Nádia Gotlib, uma das maiores especialistas na obra da Clarice Lispector, e ganhar um autógrafo seu. Além disso, encontrei-me com o professor e escritor Miguel Sanches Neto, autor de A segunda Pátria, livro que recomendo a todos. Em outubro, em Cascavel, apresentei uma comunicação no XII Seminário Nacional de Literatura, História e Memória e III Congresso Internacional de Pesquisa em Letras no Contexto Latino-Americano, cujo título foi "A história revisitada em A segunda Pátria de Miguel Sanches Neto: a escrita daquilo que poderia ter sido". É muito bom poder conhecer, além de cidades novas, também grandes nomes da literatura brasileira!

O autógrafo de Nádia Gotlib

Miguel Sanches Neto autografando meu A segunda Pátria

Indicação de leitura!

A criança

O autor, Marco Hruschka, quando criança
A criança

A vida nos maltrata
E nos corrompe
Tanto (!)
Que às vezes
É preciso
Resgatar a pureza
E a verdadeira essência
Que existem apenas
No nosso eu-criança


Marco Hruschka
terça-feira, 8 de março de 2016

Cordão sentimental


Eu sempre sonhei em escrever um poema para minha mãe, algo que a homenageasse e que simbolizasse todo o meu sentimento por ela. Mas teria que ser um texto que realmente dissesse algo profundo, que pudesse marcar de fato o nosso eterno laço de amor. Então, tomado por um sentimento inexplicável, escrevi "Cordão sentimental", minha singela homenagem a minha mãe:


Cordão sentimental

Intransmissível em palavras
O que deveras sinto por ti,
Oh, mãe!
De uma ternura
Que enche os olhos d’água,
De uma química indecifrável,
Infinitamente indissolúvel,
Parte de mim!
Continuarei te amando
Como quando era uma semente em teu ventre
E respirava de ti todo o amor que me transmitia,
Eu já sentia!
E continuarei te amando
Mesmo quando as palavras me faltarem
E mesmo quando juntos não pudermos mais
E mesmo quando a poesia não der conta
E mesmo além
Nada se romperá
Nem meu carinho
Nem minha admiração
Nem a saudade que certamente um dia me torturará
O meu amor por ti é infindável
Incomensurável
E que nada se explique doravante
Pois o que é o amor
Senão a incompreensão do laço que nos envolve?


Marco Hruschka

Posse de Marco Hruschka na ALM

No dia 05 de setembro de 2015, eu tive a honra de tomar posse na Academia de Letras de Maringá (ALM), tornando-me membro efetivo da cadeira número 31, cujo patrono é Olavo Bilac. Foi uma noite festiva maravilhosa, com jantar comemorativo no Hotel Bristol. Eu tive a oportunidade de fazer um discurso exaltando tanto o meu patrono quanto os antigos membros da cadeira. Além disso, falei do prazer e da responsabilidade de se fazer parte de uma Casa como a ALM. Agradeço a todos os presentes, desde os membros da Academia, convidados, minha família e amigos. Registro abaixo o meu discurso proferido nessa noite: 

Boa noite a todos!

Gostaria de começar dizendo que eu espero há algum tempo por esse momento. Quem me conhece sabe o quanto eu desejei estar aqui. Por isso essa conquista é motivo de orgulho pra mim.

Então não poderia deixar de dizer obrigado a todos aqueles que me ajudaram a realizar esse sonho. Muito obrigado a todos!

E por falar em agradecer, gostaria de fazer um agradecimento especial aos meus convidados presentes: meu pai (Julio), minha mãe (Efigênia), minhas tias (Janete e Madalena), meu professor, amigo e agora padrinho (Adalberto de Oliveira Souza), meu amigo (Luigi Ricciardi) e minha amiga (Manoela Motti). A presença de vocês significa MUITO pra mim nessa noite!

Essa semana eu tive o prazer de conhecer a biblioteca da Academia (um espaço muito agradável por sinal) e fazer uma pesquisa sobre meu patrono (Olavo Bilac) e sobre os dois primeiros ocupantes da cadeira número 31: Elidir d’Oliveira e Ivy Menon.

O Bilac eu já conhecia dos tempos de universidade. Poeta parnasiano, que fazia de seus sonetos música. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, também era jornalista, cronista e contista. Também chamado de “príncipe dos poetas brasileiros”, é considerado o mais importante dos nossos poetas parnasianos. Escritor com o qual eu me identifico muito, sobretudo no começo da minha carreira, quando escrevia sonetos metrificados, cuja forma era valorizada.

Tomei conhecimento da obra do 1º ocupante da cadeira: Elidir d’Oliveira (autor dos livros “Poeira de sonhos” e “Gilgamés: Antes de Moisés, antes de Zaratustra”), livro este que gostaria de evidenciar: Segundo o próprio autor, trata-se da epopeia de Gilgamés. É uma história narrada com simplicidade que reconta o mito da criação do mundo e a evolução do homem e que, ao mesmo tempo, pode ser lida como uma crítica ao modelo de Estado atual. Como bem colocou A.A. de Assis no texto de orelha do livro: “Elidir foi buscar no anteontem a metáfora do ainda hoje”. Uma obra que envolve um trabalho eficiente de pesquisa e uma mão talentosa para narrar.

Também gostaria de enfatizar a obra de Ivy Menon, 2ª ocupante da cadeira 31. Autora do livro “Flores Amarelas”, um livro multitemático como poesia rural, sentimentos do íntimo feminino, a passagem do tempo, metapoema e até mesmo poemas sensuais. Ivy é ao mesmo tempo delicada e profunda na arte de versejar. Me identifiquei muito com o poema “rugas”, que fala da passagem do tempo, tema que eu também gosto de explorar. Uma das estrofes diz assim:

o amanhã nem ao menos existe
e já é sobrecarregado
afadigado de afazeres
ansioso, anda apressado
louco de urgência, exige passagem

E um dia alguém se sentará à mesa daquela biblioteca e fará uma pesquisa sobre a minha obra. Espero que se surpreenda assim como eu me surpreendi. Contudo, eu não almejo ser um escritor de um leitor só, sonho em ser lido e reconhecido por aquilo que faço com muito esmero e paixão: escrever versos e tocar as pessoas através da poesia. Por isso estou aqui, tornando-me parte dessa família literária que tanto orgulha nossa cidade canção. Para mim, a Academia é símbolo de união, trabalho, amadurecimento, transformação e realização. Espero aprender muito com todos vocês e também contribuir com minha visão de mundo, minhas reflexões e meus versos ajudando a elevar ainda mais o nome da Academia de Letras de Maringá.

Finalizo a minha fala abraçando a todos vocês e faço uma homenagem ao meu patrono declamando o seu poema “Língua portuguesa”, pois ela é o instrumento por meio do qual criamos e transmitimos a nossa mensagem:

Língua portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela, 
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Muito obrigado


Discurso de Posse na ALM

Diploma de membro da cadeira número 31


Meus convidados: Luigi Ricciardi, Manoela Motti e Adalberto de Oliveira Souza

Meus familiares: Tia Janete, Tia Madalena, minha mãe e meu pai

Manoela Motti

Jantar comemorativo

Presenças ilustres

Momento inesquecível: recebendo o diploma das mãos do grande A.A. de Assis

Membros da ALM e meu padrinho, Adalberto

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Quem sou eu?

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Maringá, Paraná, Brazil
Marco Hruschka é natural de Ivaiporã-PR, nascido em 26 de agosto de 1986. Morou toda a sua vida no norte do Paraná: passou a infância em Londrina e desde os 13 anos mora em Maringá. Sempre se interessou em escrever redações na época de colégio, mas descobriu que poderia ser escritor apenas com 21 anos. Influenciado por professores na faculdade – cursou Letras na Universidade Estadual de Maringá – começou escrevendo sonetos decassílabos heroicos, depois versos livres, contos, pensamentos e atualmente dedica-se a um novo projeto: contos eróticos. Seu primeiro poema publicado em livro (Antologia de poetas brasileiros contemporâneos – vol. 49) foi em 2008 e se chama “Carma”. De lá para cá já, entre poemas e contos, já publicou mais de 50, não apenas pela CBJE, mas também em outras antologias. Em 2010 publicou seu primeiro livro solo: “Tentação” (poemas – Editora Scortecci). Em 2014, publicou “No que você está pensando?” (Multifoco Editora), livro de pensamentos e reflexões escrito primordialmente no facebook. É professor de língua francesa e pesquisador literário.

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No que você está pensando?
"A vida é um compromisso inadiável" M. H.
"A cumplicidade é um roçar de pés sob os lençóis da paixão." M.H.

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